quinta-feira, 9 de abril de 2009

Trôco Doce

Uma das coisas mais inúteis na economia brasileira é a moeda de um centavo. É um gasto desnecessário de recursos públicos cunhar moedas desse valor. Sejamos francos, se você estiver num restaurante e sua conta der R$29,97 (já considerando os 10% do serviço), caso pague em dinheiro, vai dar R$30,00. Vais ficar esperando três centavos de trôco? Não vai mesmo! Rola até aquela tirada de onde de pessoa benevolente, "Pode ficar com o trôco". Aaah, isso era tudo o que o garçom queria, né? Aqueles três centavos que ele pode ir juntando, dia a dia, até que no final de um ano ele terá...quase 11 reais! Eta investimento da porra (desculpem o termo). Se você for comprar qualquer coisa no mercado ou padaria, o caixa nem esboça tentativa de procurar as moedas, já vai logo te oferecendo balas ou chiclete no lugar do trôco. Aliás, anos atrás, uma amiga da minha irmã, morava em Porto Velho, Rondônia, e todo dia ia comprar pão na padaria e recebia dois chicletinhos de trôco. Ela foi juntando os chicletinhos até que um dia apareceu na padaria com um saco cheio de balas e chicletes. Despejou o conteúdo do saco no balcão e foi pedindo, duas bisnagas, um litro de leite, etc. O caixa ficou olhando pra ela, como quem diz "cadê o dinheiro, moça??", enquanto ela ia se adiantando, "Meu amigo, isso foi o troco das duas últimas semanas. Foi dinheiro pra mim, então tem que ser dinheiro pra vocês também". E foi pra casa com os pães e o leite, e sem balas. Claro que nunca mais deram "troco doce" pra ela.

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