Aliás, por falar em escola de garçons, hoje eu me dei conta de que vendedores também passam pelo mesmo processo. Só que eles certamente têm outras disciplinas no curso. Uma delas, possivelmente obrigatória, deve se chamar "incompatibilidade". É que muitos vendedores são (ou manifestam-se assim) absolutamente incompatíveis com o cliente. Normalmente, se você entra numa loja querendo apenas "dar uma olhadinha", "passar o tempo antes do cinema ou do embarque no avião", antes do seu pé tocar o chão da loja, já tem um solícito (na opinião dele) vendedor colado em você: "Posso ajudar?"; "Não, obrigado. Estou só olhando."; "Mas estamos com preços ótimos!"; "Não, obrigado, eu realmente estou só olhando!"; "Mas se você quiser ver alguma coisa, é só me cham.."; "Eu já disse que não quero nada!!!". É uma praga! Por outro lado, quando você quer comprar alguma coisa, a incompatibilidade se faz presente do mesmo jeito. Hoje eu entrei numa grande loja de artigos esportivos pra comprar reparo pra pneu de bicicleta. Fui até a sessão do ciclismo, onde há um vendedor (ou consultor como eles gostam de se chamados agora) e fiquei me fazendo de "boneco do posto", mexendo os braços e olhando pra tudo que é lado, tentando mostrar que estava interessado em comprar algo. Esperei uns dois minutos (pra quem acha que isso é pouco tempo, esteja mega-superapertado pra ir ao banheiro e ouça alguém que está do outro lado da porta dizer que vai sair em dois minutos...). Neste momento, tal como os garçons, nenhum dos vendedores me tinha em seu campo visual. Lá vamos nós outra vez...visão seletiva! Nessa hora, minha sugestão é um apito. Daqueles que se usa em final de copa do mundo, bem estridente. Garanto que a gente vai ser atendido rapidinho...
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