quinta-feira, 4 de junho de 2009

Estacionamento 2

Acredito que várias pessoas aqui já tenham passado pela experiência de sair do cinema com o Shopping já fechado. Até aí, nada. Mas, quando você chega no estacionamento e só vê um carro lá longe, começa a rolar uma certa tensão. Não é uma sensação esquisita? Aquele ali só pode ser o seu carro. Mas, e se não for? Não tem outra opção. Perdeu o carro? Eu já perdi o carro no Shopping, mas foi outro contexto. Eu tinha feito mudança naquele dia e resolvi ir ao cinema. Quando acabou o filme, eu estava tão cansado que não coneguia lembrar por nada no mundo onde eu o tinha estacionado. Fiquei vagando (boa expressão pra falar de carros num estacionamento, né?) durante alguns minutos até conseguir encontrá-lo. Aliás, tem estacionamento de shopping que é duro, viu? Os que são pagos oferecem ao cliente uma tolerância de 15 a 20 min para você não precisar pagar. Só que esse às vezes é o tempo que você leva pra passar na cancela de entrada e rodar até encontrar uma vaga. Ou não. Aí, se você desiste, já passou do tempo e vai pagar, não o estacionamento, mas sim, o lindo passeio de carro pelo "museu do automóvel" proporcionado pela MotherFucker Park, ou seja lá qual for o nome da empresa. O Shopping RioSul, no Rio de Janeiro, tinha um dos estacionamentos mais confusos que eu já tive conhecimento. Não tô brincando não, tinha gente que efetivamente se perdia lá! Vários andares, várias saídas, poucas placas de sinalização... Enfim, uma vez, eu vi uma cena surreal. Um cara parou o carro, botou metade do corpo pra fora da janela e deu um grito: "Como é que eu saio dessa p*##@!!!!". Atualmente existe uma linha no chão marcando o caminho certo até a saída. Outra coisa que me chama a atenção é o sistema de cobrança do estacionamento. Muita gente perdeu o emprego para as maquininhas automáticas. Mas, alguém pode explicar o seguinte: você entra com seu carro no estacionamento, para na cancela de entrada, aperta o botão, pega o tíquete aí a maquininha lhe deseja "boas compras"? Que intromissão é essa? Quem disse que eu vou comprar alguma coisa? Quer dizer, se eu fui pagar uma conta ou trocar algum presente em alguma loja, dane-se? E na hora de ir embora você pega seu tíquete, vai até o caixa, paga, pega o tíquete de saída, entra no carro, e quando chega na cancela onde você precisa apenas enfiar o tíquete no buraquinho, aparece um funcionário que pega o tíquete da sua mão e enfia na máquina pra você! Tá achando que eu não sei fazer isso? Se eu sei dirigir, devo saber enfiar um papelzinho num buraco! Além disso, se o objetivo de implantar as máquinas era pra reduzir o quadro de funcionários, colocar alguém só pra fazer aquilo não lá muito esperto não. E pensando bem, qual deve ser o critério pra contratação de um cara desses? Bom, certamente, não pode ser míope e nem ter mal de Parkinson...

Vale a Pena Ver de Novo (?)

Aqui em Aracaju não temos muitas opções de cinema. Por conta disso, é bastante normal eu acabar assistindo o mesmo filme mais de uma vez. Assim que vim morar aqui, eu ainda não conhecia ninguém e estava com saudades da família, então a distração era ir ao cinema. Certa vez, eu percebi que já tinha assistido todos os filmes em cartaz. Menos um. E, por uma questão de eliminação, comprei o ingresso e fui ver o filme. Não fazia a menor ideia do que tratava a história, mas confesso que rolou um breve arrependimento quando percebi que...só tinha eu na sala. Resumo da noite: como eu paguei, fiquei até o final. Sozinho. E por falar nisso, alguém pode me explicar por que eu não posso comprar pipoca fora promoção no cinema? Mas, enfim, essa coisa ver filme repetido às vezes gera problema. Por exemplo, fui ao cinema acompanhado por alguém que ainda não tinha visto aquele filme. Naturalmente, ao longo do filme a pessoa me perguntava o que ia acontecer em seguida na história, ou então, tentava descobrir o mistério envolvido na trama antecipadamente. O pior é quando ela apresenta sua versão do desenrolar da história e te pergunta: "Não é isso?". Agora é minha vez: qual é o protocolo pra se assistir reprises? Devo contar o final? Devo enganar a pessoa? Devo induzi-la a uma "descoberta orientada"? Na época de colégio, um amigo alugou o filme "Coração Satânico" estrelado por Mickey Rourke. Dizem que este foi considerado um dos 10 finais de filme mais surpreendentes da história da sétima arte. Eu, que já tinha visto, comentei com ele que o filme era ótimo e ele ia gostar muito. Ele quis saber como erá o enredo, mas só contei o início, pra não estragar a surpresa. No entanto, após muita insistência e a certeza de que "isso é besteira, pode contar...", eu contei. No dia seguinte, ele apareceu na escola p#@%* da vida porque eu tinha acabado com o suspense do filme. Eu avisei. Ele não acreditou...

E aí? É pra contar ou não? Glorinha Kallil, me ajude!!!

Volte Sempre

Já pararam pra pensar na expressão "Volte Sempre"? Outro dia eu estava saindo de uma cafeteria no Shopping e a atendente me disse "volte sempre!". Eu até acho bacana e simpático o convite pra voltar lá. Mas, sempre??? Não é um pouco demais não? Quer dizer, será que toda vez que eu quiser tomar um cafezinho vou ser obrigado a ir lá? Outra coisa também é o seguinte: toda vez que você volta, você volta! Ou seja, sempre será sempre! Não dá pra voltar "mais ou menos". Nao dava pra ser algo do tipo "Tomara que você volte!"?

Volte sempre!

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Falta do que Fazer

Já falei aqui sobre a tremenda falta do que fazer das pessoas que enviam recados no orkut do tipo “só passei aqui para desejar uma ótima quarta-feira”. Mas existem outros sintomas clássicos da falta do que fazer. Por exemplo, tem um barista (nota cultural: barista é profissional especializado em cafés de alta qualidade) nos EUA que faz retratos de seus clientes ou de personalidades conhecidas na espuma do café. Pensa comigo, é bacana, é artístico, é criativo, mas se eu for beber o café logo em seguida, é inútil. Tem competições também que são criadas pelo ócio, mas acabam virando campeonatos bem organizados e remunerados. Sabe aquela brincadeira de pedra-papel-tesoura (Jô-Ken-Pô)? Pois é, isso virou uma liga americana e o grande campeão venceu o certame usando a boa e velha pedra. Cara, isso teve cobertura da TV!!! Eu não sei o que é pior participar do concurso ou ficar acompanhando o desenrolar pela televisão. Às vezes, quem não tem o que fazer, resolve quebrar recordes. Teve um britânico que resolveu bater o recorde de transporte de larvas com a boca de um recipiente para outro. Após transportar 17 kg de larvas com a boca disse que a sensação foi “horrível”. Na boa, esse imbecil pensava que ia sentir o quê? Dezessete kilos de larvas??? Deve ter algo melhor pra se colocar na boca! Por isso, um japonês e um americano disputaram o título de maior comilão do mundo. O japonês venceu, pois conseguiu comer mais pizzas em 6 min que seu adversário. Não sabemos aqui qual o tamanho das pizzas, ou seja, em quantos malditos pedaços ela foi cortada. Pense na sensação de empanzinamento depois! E a sede? Bom, no que depender da World Sport Stacking Association, o empilhamento de copos está garantido. Esse esporte cujo desafio é montar e desmontar torres feitas com copos no menor tempo possível, surgiu na Califórnia nos anos 1960, sendo que a seqüências de pirâmides precisam obedecer a uma ordem predeterminada. Tá pensando o quê? A competição é séria e organizada! A essa altura você deve já imaginou que a falta do que fazer pode exercitar o cérebro, não é? Não apenas isso. Aliás, por conta disso foi criado o fantástico “Xadrez-Boxe”, que é uma combinação de raciocínio e pancadaria. Os jogadores disputam lances de xadrez intercalados com rounds no ringue. A vitória é declarada a quem aplicar um xeque-mate ou um nocaute no adversário, ou ainda se um dos competidores demorar muito para fazer sua jogada. Isso pode ser considerado um sinal de que está grogue em decorrência dos golpes. É, pensando bem, falta do que fazer pode dar uma dor de cabeça...

domingo, 31 de maio de 2009

Metáforas

Me explica aí, por que a gente tem mania de falar usando metáforas? Acho que deve ser impossível hoje em dia acontecer uma conversa sem metáforas. Se alguém fizer isso, vai se sentir um peixe fora d’água, achando que se meteu em uma canoa furada, pois sua conversa vai ficar sem pé nem cabeça. Nesse sentido, você tem que dançar conforme a música, pra não derrapar na curva. No fim das contas você vai perceber que isso não é o fim da picada. É claro que não dá pra fazer omelete sem quebrar alguns ovos, mas isso também não é nenhum bicho de sete cabeças. Mesmo assim, não aposte todas as suas fichas nisso, pois a solução pode ser igual cabeça de bacalhau, e aí você vai ficar procurando agulha num palheiro, e correndo o risco de ficar a ver navios. Por outro lado, não deixe que isso faça você se sentir assim, meio barro, meio tijolo, não valendo um tostão furado. Se você nadou, nadou e morreu na praia tentando conversar sem usar metáforas, ou seja, chegou ao fundo do poço mesmo, e caiu numa sinuca de bico, fuja dessa arapuca, levante a poeira, dê a volta por cima e siga sua vida em velocidade de cruzeiro. Assim, da mesma maneira que macaco gosta de banana, você descobrirá o que está do outro lado do arco-íris. Mas no fundo, acho que você está careca de saber disso, portanto, quem sou eu para ensinar padre a rezar missa?

Piada Nova, Piada Velha

Tem chato que quando aprende uma piada nova precisa contar pra todo mundo. Todo mundo mesmo. Um dia eu estava num café no shopping aqui perto de casa e na mesa do lado tinha um senhor (lá pelos seus 70 anos, possivelmente) que passou a tarde a ligar para toda a sua agenda de telefones do celular para contar a mesma piada a seus amigos (imagino que todos fossem contemporâneos). A primeira vez que ouvi a piada, até que achei divertida (Sabe qual é a diversão de velho? É ir ao “Parkinson” de diversões!). Tá, não é tão boa assim. Mas imagina ouvir isso umas 8 ou 9 vezes seguidas? E o pior era a cara de decepção dele ao perguntar “Ah, você já conhecia essa, é?” pro interlocutor do lado de lá do celular. E quando alguém resolve te contar a piada que você tinha enviado pra ele pelo e-mail? O que diz a etiqueta numa hora dessas? Qual é o protocolo pra uma situação dessas? Será que a Glorinha Kallil já identificou como a gente tem que comportar quando ouve piada velha? É pra dizer que já conhece ou não? E se eu já conheço a piada e no final vou confessar que conheço, por que diabos vou deixar o cara contar até o fim? Se eu deixar ele contar, é pra antecipar o final? Se não antecipar, posso fingir que estou rindo ou isso é uma gafe? Isso é crucial, porque não dá pra disfarçar que você está fingido. Aí se ele te pergunta porque você não riu de verdade, o que você vai dizer? Vai mentir? Aliás, isso me lembra um episódio que um amigo passou na casa da namorada nova. A sogrinha fez um jantarzinho especial pra ele, cujo sabor até hoje desafia a ciência. Então veio a fatídica pergunta: “Gostou?” Não dá pra ser sincero numa hora dessas. E nem dá pra mentir também, pois você não vai querer iniciar uma promissora relação pessoal com base em uma mentira. Como você faz, então? Responda: “Olha, nunca comi nada igual!”. Você está dizendo que está intragável, mas ela está aceitando como um grande elogio.

E-mail

É raro hoje em dia alguém não ter e-mail. Mas escolher o e-mail certo é uma arte. Idealmente, ele deve identificar você. Só que tem pessoas que exageram na dose ou simplesmente, ignoram essa dica. Dá pra saber de quem é um e-mail proveniente de 123mkg@...? Já imaginou chegar num congresso científico e copiar o e-mail apresentado no banner de um tema livre sendo guerreira.rainha@...? E se for o seu médico cardiologista com o e-mail timefla@...? Uma conhecida fez algo parecido com opaperaímeu@...! O mais indicado é colocar seu nome. Claro que quem se chama José Souza Silva não tem mais opções de criar seu e-mail pelo nome. Mas pior é quem ainda pode, mas não aproveita. E que tal este: rogeriofsantanadiasjr@...? Embora longo, parece apropriado por ter o nome quase todo do indivíduo. Eu disse quase. Notaram o “f” depois de rogerio? Pois é, todo mundo conhece esse cara como “Figueiredo”. É o único nome que não aparece. Depois eu não respondo os e-mails, fica reclamando...

Pergunta Difícil

Anos atrás elaborei uma questão de prova cujo enunciado pedia para utilizar determinados termos. Uma das respostas dizia: “a contração muscular começa com uma substância que vem lá da placa motora (tá, mas qual substância?), e quanto aos túbulos T (um dos termos a se usar) não tenho e menor ideia do que falar sobre eles, mas lembre-se de estar sendo citado.”. Um conhecido meu costuma dizer que aluno não tem que escrever a resposta certa. Tem que escrever o que ele acha que o professor deve querer que ele escreva. Mas tem professor que ajuda, né? Aí, o aluno responde o que quiser, e o professor não pode considerar errado. Saca só minhas simulações baseadas em perguntas reais...
1. Qual a sua opinião sobre as influências da revolução industrial no mundo globalizado?
Resp.: Acho esse assunto um saco.

2. O que você entende por reforma agrária?
Resp.: Nada.

3. Qual a diferença entre as teorias de Piaget e Vigotsky?
Resp.: A primeira foi criada por Piaget e a segunda por Vigotsky.

4. Comente a seguinte afirmação: a reciclagem do lixo pode contribuir para o aumento do PIB nacional.
Resp.: Puxa, é mesmo, é? Legal!

5. Faça uma síntese da atual crise econômica mundial.
Resp.: Bom, uns caras foram comprar umas casas, mas não tinham dinheiro, aí um monte de gente perdeu emprego.

Mas pra mim a melhor de todas é...

6. Faça uma reflexão sobre as repercussões da teoria da evolução de Darwin e a religiosidade.
Resp.: _________________________ (Ué, tô refletindo! Ninguém falou que precisava escrever...)

Estacionamento

Eu não sei se ocorre em outras cidades, mas aqui em Aracaju, os estacionamentos de shoppings e supermercados obrigatoriamente tem vagas específicas para idosos. No mercado Extra, as vagas são marcadas no chão com letras tão grandes que me parecem ser para idosos míopes. Agora me diz aí, se é idoso e míope, é melhor não dirigir, né?

Atendente Virtual

Desde a criação do call center (uma espécie de praga bíblica globalizada), todo mundo alguma vez deve ter ligado para alguma prestadora de serviços para resolver problemas. Só que nem sempre você é atendido por um operador de telemarketing. Ainda não me decidi se isso é bom ou mau. Além do gerundismo, acho que os nomes dos operadores são também inventados na hora. Já que você não está vendo quem está lá, o cara pode te dar o nome que ele desejar. Essa é a hora em que as “Jaciendiras” convenientemente se transformam em Ana Lúcia, Roberta, Rafaela, etc. Por outro lado, estas empresas, sempre preocupadas com a inclusão social, e o ser politicamente correto, oferecem aos seus clientes uma atendente virtual surda! Ela nunca entende o que você diz de primeira. Aí você tem que gritar pro raio da maquininha entender você. Outro dia, precisei ligar para uma dessas operadoras e me surpreendi com a solicitação da atendente virtual: “digite o número do telefone fixo, dígito por dígito...”. E dá pra digitar tudo de uma vez, é?

Tamanho da Pizza

Eu adoro pizza, mas fico pensando por que motivo não existe uma padronização de sabores e tamanhos. Dia desses fui a uma pizzaria que tinha sete tamanhos de pizza. Pra que tudo isso? E sabe qual é a diferença entre os tamanhos? O número de pedaços! Por que garçom tem mania de indicar tamanho da pizza pelo número de pedaços? Eu sei lá o tamanho do pedaço que aquele cara corta cada fatia! Ou vai me dizer que não dá pra cortar qualquer pizza em 4, 8, ou 12 pedaços? Às vezes falam que a pizza é “do tamanho de um prato normal”. Qual é o conceito e a definição de um “prato normal”? Aliás, como deve ser um prato “anormal”? Os sabores também não são padronizados. Pizza portuguesa então, nem fala. Deve ter mais de 20 combinações. Devia chamar de “pizza de entulho” ou coisa parecida. O que sobrou na cozinha, bota na pizza. E o raio do “cone pizza”, que mais parece um sorvete de casquinha sabor mussarela? Devem ter pensado assim: “como será a forma mais desconfortável e sem jeito de se comer pizza?” Aí criaram o cone. Acho que a única coisa padronizada nas pizzarias é o tempo de entrega da pizza em casa. Não importa onde seja a pizzaria e nem onde você esteja, o atendente sempre diz que levará 30 min. E leva...