Tem chato que quando aprende uma piada nova precisa contar pra todo mundo. Todo mundo mesmo. Um dia eu estava num café no shopping aqui perto de casa e na mesa do lado tinha um senhor (lá pelos seus 70 anos, possivelmente) que passou a tarde a ligar para toda a sua agenda de telefones do celular para contar a mesma piada a seus amigos (imagino que todos fossem contemporâneos). A primeira vez que ouvi a piada, até que achei divertida (
Sabe qual é a diversão de velho? É ir ao “Parkinson” de diversões!). Tá, não é tão boa assim. Mas imagina ouvir isso umas 8 ou 9 vezes seguidas? E o pior era a cara de decepção dele ao perguntar “Ah, você já conhecia essa, é?” pro interlocutor do lado de lá do celular. E quando alguém resolve te contar a piada que você tinha enviado pra ele pelo e-mail? O que diz a etiqueta numa hora dessas? Qual é o protocolo pra uma situação dessas? Será que a Glorinha Kallil já identificou como a gente tem que comportar quando ouve piada velha? É pra dizer que já conhece ou não? E se eu já conheço a piada e no final vou confessar que conheço, por que diabos vou deixar o cara contar até o fim? Se eu deixar ele contar, é pra antecipar o final? Se não antecipar, posso fingir que estou rindo ou isso é uma gafe? Isso é crucial, porque não dá pra disfarçar que você está fingido. Aí se ele te pergunta porque você não riu de verdade, o que você vai dizer? Vai mentir? Aliás, isso me lembra um episódio que um amigo passou na casa da namorada nova. A sogrinha fez um jantarzinho especial pra ele, cujo sabor até hoje desafia a ciência. Então veio a fatídica pergunta: “Gostou?” Não dá pra ser sincero numa hora dessas. E nem dá pra mentir também, pois você não vai querer iniciar uma promissora relação pessoal com base em uma mentira. Como você faz, então? Responda: “Olha, nunca comi nada igual!”. Você está dizendo que está intragável, mas ela está aceitando como um grande elogio.
Menino vou copiar esta resposta... adorei a tática.... rsrsrsrsrs...
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