sábado, 25 de abril de 2009

Formatura 3

Se tem alguém que eu gostaria de matar é o cara que inventou a beca. Na boa, qual o sentido da gente usar aquela roupa de bate-bola monocromática e fora de época? Eu me sinto usando uma mistura de roupa do boneco do pânico com uniforme Jedi. Só falta a máscara ou o sabre de luz! E o pior é que além do calor, aquela porcaria não tem bolso! Num mundo em que ninguém fica a mais de 30 cm de distância do celular, claro que o aparelhinho fica no bolso da calça. E quando toca, como é que vai pegar o bicho? Devia ter pelo menos uma discreta abertura nas laterais. Desse modo, dava pra rolar uma corrente de ar pra refrescar as partes digamos, centrais do corpo, dava pra você alcançar o bolso da calça e ter o que fazer com as mãos (que falta faz um bolso numa hora dessas!). Imagina antes de começar a cerimônia, você morrendo de sede e resolve comprar uma garrafa d'água. Tem que levantar a beca até a cintura só pra pegar a carteira. Certa vez, fui patrono de uma turma no Rio de Janeiro cuja cerimônia nunca esquecerei. Com uma atitude politicamente correta, a turma resolveu contratar um intérprete de libras (linguagem para surdos mudos). Tudo ia bem até que tocou o hino nacional. Eu sei que há uma recomendação para que os intérpretes tentem expressar os sentimentos da fala através dos gestos, mas daí a dançar ballet no meio do palco já foi demais! E com direito a rodopios num pé só! Confesso que ele me levou às lágrimas! Não de emoção...de riso mesmo! Tentei desfarçar as gargalhadas, mas não consegui! Tava uma comédia mesmo! E eu lá em cima do palco na frente de todo mundo, num tremendo desespero, torcendo pra aquilo acabar logo. Então resolvi ficar olhando fixamente para a bandeira do Brasil. Momento cívico, solene, sério...e de repente, o braço dele entrava no meu campo visual de novo. E tome gargalhada! Mais tarde, houve uma homenagem a uma funcionária do curso. Ao invés de lerem a mensagem pra ela para só depois a chamarem ao palco para receber sua placa, fizeram o oposto. E ela ficou estatelada no meio do palco enquanto o aluno lia a tal mensagem (uma parábola que nada tinha a ver com a funcionária). E ela ficou lá em cima por pelo menos uns 5 min, sem saber em que posição ficar, o que fazer com as mãos, etc. Quando acabou a leitura, o aluno com uma tremenda cara de ponto de interrogação se vira pra ela e diz ao microfone: "Eu não entendi bem o que tudo isso quer dizer, mas...toma aí sua placa!". Ah, esqueci de dizer que antes de eu ser escolhido por unanimidade patrono dessa turma, eu mandei os mesmos rasgarem os diplomas, pois eles não eram dignos de recebê-los! Vai explicar isso aí...

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